Digníssimos representantes do Estado Angolano, Ministros, Secretários de estado, PCA´s, Directores e caros cidadãos. É altura de se aproveitar e se dar ouvidos aos que trazem soluções, aos que têm visão e acreditam numa Angola melhor social e economicamente!
Por Tomás Alberto
Há dois (2) anos atrás que temos estado a alertar sobre o novo paradigma mundial! Talvez hoje pouparíamos muitas divisas e estaríamos a arrecadar receitas em divisas se não olhássemos e nos alegrássemos apenas com os grandes e bonitos dos outros.
Nenhuma empresa no mundo começou grande; é preciso plantar, ter paciência, cuidar para ver a crescer…
Com a mentalidade de querer ver sempre o grande dos outros, estamos a “adiar“ plantar o nosso pequeno, que a esta altura já estaria grande.
O mundo digital, traz-nos muitas vantagens e em contrapartida muitos prejuízos financeiros; sem contar que representa um grande risco na estabilidade económica de um determinado país, ou seja, aí onde está a estabilidade, é ao mesmo tempo onde poderá vir a desestabilidade. Como acontece com o petróleo, ele é a solução e ao mesmo tempo o problema; isso quando a economia está dependente.
Hoje nenhuma empresa ou pessoa singular com acesso à internet se move sem fazer recursos às startups digitais Facebook, Instagram, WhatsApp e Google.
Talvez estejamos a confundir o mundo digital com websites ou aplicativos de certos curiosos ou formandos, que saem das incubadoras e ecossistema de startups em que as pessoas participam simplesmente pelas facilidades e oportunidades (assim como os que receberam crédito para a agricultura e não plantaram nenhuma mandioca), e não pela visão e entendimento.
Por isso é que um ano é muito para as tais startups sobreviverem…
O mundo digital não é isso. O mundo digital move a economia de um país, continente e mundo inteiro.
Só para terem uma ideia, segundo uma notícia do jornal português Público, datada de 17 de Setembro de 2017, reportada pelo jornalista Diogo Queiroz de Andrade, dava conta que o ministro das Finanças português e de mais dez (10) países da Europa reclamavam de impostos a estas empresas acima referenciadas, cerca de 5.4 mil milhões de euros. Imaginam só quanto é que foi o facturamento?!
Como disse, há dois (2) anos, temos estado a alertar as autoridades angolanas, e a apontar soluções sobre as perdas económicas que todos os santos dias, a toda hora, a todos os minutos, acontecem no espaço angolano através das startups acima referenciadas.
A economia angolana perde duas vezes.
1º Por não poder tributar nas receitas arrecadadas por estas startups em espaço angolano.
2º Por sair de circulação da economia todos os santos dias muitas divisas; porque o pagamento a estas startups são única e exclusivamente em divisas. Ou seja, todos os angolanos que quiserem publicitar seus produtos e serviços em espaço angolano, pagam em divisas a estas startups de massa. E, todas as empresas estrangeiras que queiram anunciar em espaço angolano, também pagam em divisas a estas startups; este dinheiro pago pelas pessoas ou empresas estrangeiras, nem sequer passa por angola.
Por outra, a questão do digital, está intrinsecamente ligado à economia. Segundo alguns analistas económicos, a economia angolana está enfraquecida devido à venda informal, em que o estado não consegue tributar nas receitas.
Com este novo paradigma (mundo digital) que não está a ser bem acompanhado, as pessoas que vendiam no mercado informal, agora muitas delas migraram para o digital. Se não estávamos a conseguir taxar no físico, imaginam no digital!
Uma vez mais estamos disponíveis em ajudar.
Riscos:
“Hipoteticamente” por conveniência política ou por interesses empresarias, se estas startups decidem cessar suas actividades em espaço angolano, isso causaria uma situação sem precedentes à nossa economia.
Começaria pela localização e mobilidade dos transportes que dependem do aplicativo conectado ao google maps para se locomover; passaria pela comunicação via WhatsApp que todas as empresas e pessoas singulares com acesso a internet utilizam para se comunicar, e também pelas publicidades digitais, que todas as empresas e pessoas singulares utilizam para divulgar seus produtos e serviços.
A economia ficaria paralisada. Porque nós não temos nenhuma startup alternativa para pelo menos reduzir o impacto ou estabilizar.
Vale dizer que esta situação já aconteceu em angola com a saída do OLX uma plataforma de publicidade digital. Infelizmente ninguém mediu o impacto económico que a situação causou às empresas e pessoas singulares que dependiam da plataforma para publicitar seus produtos e serviços. E, até hoje ninguém sabe quais foram as razões ou motivações que fez com que as mesmas cessassem actividades.
A falta de divisas é um facto.
Só porque o problema não está a ser reportado por um membro do executivo ninguém está a dar ouvidos. Caso fosse reportado por um membro do executivo, isso seria motivo de reportagem, e todas as cadeias televisivas teriam uma mesa redonda para debater o assunto.
Será que este assunto já é do conhecimento do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço? Ou está a minimizar-se este grande problema?!
“O lobo bonito e famoso está a roubar-nos os ovos que ainda nos sobram dentro da capoeira; precisamos de ajuda para difundir a informação, e proteger os poucos ovos que sobraram para o bem estar do colectivo”.
Estamos na dependência do petróleo, e ao mesmo tempo na dependência das startups digitais estrangeiras sem filial no nosso país. O mundo está a sofrer uma transformação, vamos ficar sem fazer nada?
Os que fazem negócios no digital em Angola, são como as bombas de combustíveis espalhadas pelas 18 províncias do país, até vendem, mais em kwanzas. E para venderem dependem da refinaria (Facebook, Instagram WhatsApp e Google) que lhes abastecem clientes; só que na refinaria paga-se em divisas.
Se não for feito nada, o problema das divisas continuará a ser o mesmo. O que não está a ser feito hoje com quase nada; amanhã será feito com urgência e gastará muito dinheiro.
Não é justo que o investimento feito com recursos aos fundos públicos na expansão do sinal da internet beneficie outras economias por falta de apoio institucional.
Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só os seus autores, não vinculando o Folha 8.
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